Amazonas enfrenta problemas estruturais para receber navios de cruzeiros.

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A maior expressão de luxo do turismo internacional, os navios de cruzeiros marítimos, estão enfrentando dificuldades para operar no Amazonas. A Capitania dos Portos está em guerra com o Porto Privatizado, que opera o Roadway, e proibiu atracações desde agosto deste ano.
Denis Teixeira de Jesus, capitão dos Portos da Amazônia Ocidental, disse que há “questões documentais” e “de manutenção” que impedem a liberação do Roadway. “O comando do 9º Distrito Naval emitiu nota à imprensa afirmando que o porto não pode receber navios, com base em laudos elaborados por engenheiros vindos do Rio de Janeiro e quatro tecnólogos de Manaus”, afirma.
“Tem alguma coisa muito errada: num dia posso atracar quatro navios e no outro não posso atracar uma canoa. A gente tenta falar com a capitania, por ofício e pessoalmente, para passar um laudo de quatro engenheiros navais, mas não consegue”, afirma Alessandro Bronze, administrador do Roadway.
As acusações de parte a parte são cada vez mais duras. Os operadores do porto afirmam que as confusões começaram quando o Roadway ganhou a concorrência pela conta da armadora Aliança, em detrimento do porto Passarão. Foi lembrado inclusive, no tiroteio verbal, que o ex-capitão dos Portos, comandante José Luiz, é hoje funcionário de Passarão.
“O foco da Marinha é a segurança portuária. Nós não entramos nessa questão empresarial”, garante Denis Teixeira de Jesus. “Nós temos quase 300 bóias, os engenheiros navais disseram que podemos atuar até com 30 bóias inundadas e tínhamos apenas uma, que já foi corrigida”, afirma Bronze.
O administrador do porto garante que, sob liminar da Justiça Federal, o navio Cristal Symphony, que está em Parintins e chega a Manaus nesta sexta-feira, vai atracar. O último navio que chegou (Silver Sea) tinha 13 mil toneladas, 482 passageiros e atracou sem problema, mas o comandante foi chamado e teve que dar explicações à Capitania. “O chefe de cruzeiro do navio, que é brasileiro, afirmou que ele não volta nunca mais a Manaus. E a gente vai perdendo dinheiro com isso”, afirma um operador de turismo.

Imagem:© Freyzer Andrade, Prinsendam no Rio Amazonas.

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