Cruzeiros são impedidos de atracar por greves na França

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Após a aprovação pelo Senado, na sexta-feira, da reforma no sistema de aposentadorias, a França enfrentava neste sábado mais um capítulo da batalha dos combustíveis, com paralisações e bloqueios de refinarias e postos de gasolina, apesar do início das férias escolares. Na região de Marselha, dois cruzeiros de turismo foram impedidos de atracar no porto devido a greve dos trabalhadores. Com isso, os passageiros do Costa Concordia e do MSC Fantasia tiveram que embarcar e desembarcar por meio de botes – cada navio tinha cerca de 1,5 mil hóspedes.

O oeste do país e a região de Paris são as zonas mais afetadas pela falta de combustíveis, segundo as autoridades. Apesar dos problemas de abastecimento, o tráfego fluia bem e muitos franceses desistiram de viajar nas férias temendo a falta de gasolina nos postos. Para o primeiro dia das férias escolares, quando milhões de franceses viajam, os postos de gasolina das estradas receberam atenção especial das autoridades.

O tráfego ferroviário também melhorou neste sábado, com ao menos oito trens de alta velocidade (TGV) circulando sobre um total de dez no território francês. Os manifestantes prosseguiam ocupando neste sábado várias refinarias do país, onde os trabalhadores mantêm a greve.

Na sexta-feira, o Senado francês aprovou a reforma previdenciária, epicentro da maior crise do mandato do presidente Nicolas Sarkozy. Já votado pela Assembleia Nacional, o projeto de lei passou pelos senadores (177 votos a favor e 153 contra) e sua aprovação definitiva deve acontecer na quarta-feira. A reforma vai aumentar a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos, e a idade para o recebimento da aposentadoria integral de 65 para 67 anos.

Segundo o governo, essas medidas são indispensáveis para a preservação do sistema previdenciário, no qual as pensões são financiadas pelos trabalhadores na ativa, em meio ao aumento da expectativa de vida. As necessidades de financiamento do sistema sem uma reforma seriam de quase 44 bilhões de euros até 2018, segundo especialistas.

Desde o início do semestre, os sindicatos e jovens mantêm a pressão contra a reforma, e a partir de setembro a mobilização é crescente. Novos protestos foram convocados para os dias 28 de outubro e 6 de novembro, apoiados por dois em cada três franceses (69%), segunda pesquisa BVA. Desde a terça-feira passada, jovens e estudantes se manifestam por todo o país, sob a liderança da União Nacional de Estudantes da França (UNEF), apesar das férias escolares.

As convo- cações de greves prosse- guem principal- mente nos setores estratégicos da energia, com 12 refinarias da França paralisadas e depósitos de petróleo bloqueados, provocando escassez de combustíveis em postos de gasolina e uma desaceleração das atividades de alguns setores da economia. Por causa de todas essas greves, “milhares de pequenas e médias empresas começam a desacelerar” ou ainda a “parar suas atividades”, o que ameaça as “mais frágeis” de falência, segundo a organização patronal CGPME.

Imagens: (©) Copyright AFP.

Texto: (©) Copyright Redação Terra,Com informações da AFP.

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