Companhias contratarão 800 tripulantes para a próxima temporada

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Está aberta a fase de contratações para trabalhos em alto-mar. Existem mais de 800 vagas para a temporada de cruzeiros 2012/2013, que começará em novembro próximo e vai até abril do ano que vem. Os salários iniciais variam de US$ 650 (R$ 1.318,20, pela cotação do dólar da última sexta-feira) a US$ 2.600 (R$ 5.272,80), mas é preciso muito mais do que disposição para atuar neste mercado. Fluência em idiomas e bom relacionamento são fundamentais, assim como bom preparo físico e psicológico.

Conquistar um emprego em navios de cruzeiro vem sendo uma alternativa para a entrada de jovens no mercado de trabalho. Algumas funções não exigem muita experiência e oferecem bons rendimentos. Aliada a isso, a oportunidade de intercâmbio sem custos, mas com moradia e transporte, é um fator que atrai novos funcionários às companhias de navegação.

O processo de seleção é feito por empresas terceirizadas, que atuam somente no recrutamento de tripulantes de cruzeiros. A Infinity Brazil, que tem sede em Santos, na Capital e no Rio de Janeiro, seleciona candidatos para vagas em navios de passageiros.

As contratações das companhias Pullmantur, Royal Caribbean, Celebrity, Costa e Ibero ainda não foram concluídas para esta temporadas. Todas farão entrevistas nos próximos meses com candidatos da recrutadora. As duas últimas iniciaram os processos de contratação em abril, mas ainda abrem vagas.

As empresas buscam profissionais para atuar nos departamentos de restaurante, bares, governança (housekeeping), cozinha, recepção, entretenimento e fotografia. Para todas as funções, os candidatos devem ter experiência na área e inglês, no mínimo intermediário.

Segundo o gerente de recrutamento da Infinity Brazil, Marcelo Del Bel, é grande a procura por vagas nos restaurantes, bares e pontos de venda a bordo. Para estas funções, o nível de experiência não é tão cobrado.

“Para vagas em recepção, por exemplo, temos um problema maior por conta das dificuldade de contratação de pessoas com idiomas fluentes. A comunicabilidade deve ser boa em português e a pessoa precisa se fazer entender perfeitamente em inglês”, explica.

Este é um dos impedimentos mais comuns para a admissão de um candidato, mesmo para novas funções, que costumam ser rentáveis. Neste ano, foram abertas vagas para dançarinos e os dois principais pré-requisitos são lecionar os ritmos e ter inglês fluente.

Para trabalhar a bordo, além de experiência e formação profissional, é necessário um fator que não é de domínio do candidato, mas é decisivo na hora das escolhas: o perfil do profissional. Para identificar os candidatos certos para uma vaga, as empresas apostam na capacidade natural de sorriso e entretenimento dos interessados.

“O que nós vamos fazer com um funcionário que não sorri e tem a função de entreter os turistas? É impossível dar certo”, adverte Marcelo Del Bel.

Processo
Os candidatos a uma oportunidade em navios de cruzeiro devem se cadastrar no banco de dados da empresa recrutadora. Em caso de abertura de vagas, são feitas entrevistas, que podem ser presenciais ou através da internet.

Uma palestra sobre a vida no mar é ministrada para explicar quais são as funções, as remunerações e a rotina a bordo. Os contratos são de oito meses e estima-se que, neste período, o funcionário conheça de oito a dez países e mais de 20 locais.

Após a contratação, os tripulantes passam por treinamentos específicos da companhia em que vão atuar. Na Royal Caribbean, que deve admitir entre 400 e 500 profissionais para esta temporada, os candidatos fazem um curso de sobrevivência marítima, em que recebem noções sobre a vida a bordo.

No navio, os profissionais são acompanhados por um gerente de Treinamento e Desenvolvimento por duas semanas. Durante esse período, há treinamentos sobre segurança de bordo (incluindo uma simulação de emergência), ética, excelência de atendimento e controle de multidão, além de palestras sobre o consumo de álcool e drogas e assédio sexual e um treinamento de adaptação a diferentes culturas.

Na armadora, tripulantes que estão no primeiro contrato podem mudar de cargo dentro do próprio departamento. A partir do segundo contrato, podem concorrer à vagas em outros departamentos, se estiverem dentro dos pré-requisitos necessários para o cargo desejado.

Cada departamento tem seu próprio plano de carreira e os tripulantes pode mudar de posição e, consequentemente, rendimentos. No setor de facilities (limpeza), por exemplo, o profissional pode começar como faxineiro, passar para supervisor e assim por diante, até chegar à gerência.

Texto (©) Copyright A Tribuna.
Imagem (©) Copyright Rui Agostinho.
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6 Comentários

  1. Bom dia Daniel.Gostei da materia sobre contratação de tripulantes.Realmente tem alguns tripulantes que não são simpaticos,principalmente alguns brasileiros que sò reclamam do trabalho.Conheci duas tripulantes neste ano que estavam sempre de mal humor.Tem algumas nacionalidades que estão sempre sorridentes,mesmo tendo suas dificuldades.O sorriso é chave para qualquer pessoa mal humorada.Ps.Paula quem sabe vamos conhecer a novidade da Royal em 2015.Abraços Eliana Frandsen.

  2. Hoje em dia, com tanta informação disponível, não dá mais para "entrar de gaiato no navio", logo penso que é inaceitável aqueles que optam por trabalhar nos navios de cruzeiros, descontarem suas frustrações nos passageiros…Tem passageiro chato: óbvio. Tem chefia cruel: com certeza..mas que empego não tem….Ninguém e amarrado , laçado para entrar a força nesta vida de tripulante….Eu nunca quis, e conheço muita gente que também não tem afinidade…Então quem vai que o faça com amor, e enquanto estiver a bordo, que honre com seu compromisso…Aquele que se sintam lesados, que desembarquem no próximo porto, e busquem seus direitos, eu apoio plenamente, ninguém deve ser coagido, humilhado..mas descontar nos outros e dar prosseguimento ao mesmo erro..

  3. Concordo com voce Roberta,ninguém vai trabalhar em um Navio amarrado,ele já sabe tudo que vai passar.Conheci alguns tripulantes nos anos anteriores que sempre renovam seus contratos e adoram o que fazem.Concordo que existem passageiros que são chatos e desfazem dos tripulantes e são mal educados com eles.Eliana Frandsen.

  4. Eliana, acredite se quizer muitos acreditam que "vão se vestir de Almirante" e desfilar pelo passadiço, mas quando a grande maioria vai trabalhar em "serviços" e geralmente serviços que eles nunca imaginaram em sua fase de conclusão de estudos mudam a opinião, mas ai … Ja desembaruei (Brasileiros) como agente maritimo muitos desenganados que juraram que nao era o que imaginavam …

  5. Obrigado Santos,por dar sua opinião.Por isso que gosto do blog do Daniel,trocamos conhecimento e opiniões diferentes sem ofender ninguém.Gosto de aprender e saber sobre Navios.Em comparação a voces sou novata.Abraços Eliana Frandsen.

  6. A so um detalhe o que escrevi m refiro para as funções STAFF, pois como chamamos na navegação os triiulantes (de verdade, jargaõ maritimo portuario de Santos) ou seja Nautica, Maquinas e Comissários estes nunca embarcam brasileiros (Difgo os reais maritimos) os desembarques que me referii sempre os Staffs (Em navegaçao (jargão) qqr um que nao seja Maritimo)

    Abs
    Marcelo

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