Queen Elizabeth 2 pode estar voltando à Inglaterra

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Queen Elizabeth 2 em Dubai em 2012.

Nas últimas semanas várias jornais, blogs, e mídia do setor deu como certa a venda do Queen Elizabeth 2 chineses que o transformariam em sucata. Diferente disso, porém, o destino do navio parece ser outro. Inicialmente por um simples motivo que parece esquecido: o contrato de venda do navio a Dubai, de meados de 2008, previa que o navio não poderia ser vendido para desmonte nos próximos 10 anos.

Em Lisboa em 2008

A venda para a sucata, portanto, quebraria o contrato assinado pela empresa que comprou o navio (a Istithmar, uma estatal de Dubai), e apesar de não estar clara qual seria a consequência real desse ato, ele poderia acarretar uma multa considerável, ou mesmo o seu cancelamento. Nesse caso, o navio voltaria a ser responsabilidade da Cunard Line, que desde seu lançamento em 1969 o manteve em ótimas condições.

Acredita-se, que esta cláusula contratual torne uma ocasional venda à sucata impraticável, afinal, as intenções da Cunard, tradicional companhia britânica de cruzeiros, na época da venda do QE2, era conservá-lo como navio hotel, nos moldes do que acontece com o Queen Mary original, que está desde a década de 70 servindo como hotel em Long Beach, California. A Cunard aliás, é um importante personagem desta história, em sua página oficial do facebook, a companhia negou prontamente os rumores sobre a venda do navio para a sucata, e ao que tudo indica, atua junto ao governo britânico para levar o navio de volta à Inglaterra.

Em Southhampton, seu porto base 

Em 2008, quando o navio foi vendido à Dubai, a idéia era anexá-lo ao arquipélago artificial Palm Jumeirah, onde seria aberto a visitação e transformado em hotel e museu naval. Com a crise financeira mundial, e a necessidade de cortar custos,  o plano foi abandonado, e o navio ficou imobilizado no Porto Rashid, aguardando seu destino. No ano passado, os responsáveis pelo navio chegaram a anunciar que o QE2 seria transformado em hotel ali mesmo, onde se encontra, e receberia seus primeiros hóspedes em setembro de 2013.

Agora, a QE2 London, um grupo criado com a intenção de devolver o navio a sua casa, a Inglaterra, tenta trazer o navio de volta à Gran Bretanha. Para isso, conta com o aval do Prefeito de Londres, e do Chanceler Britânico George Osbourne. A idéia, é colocá-lo fixamente no Rio Tâmisa, onde o navio poderia servir como hotel e museu, antes, porém, é necessário pagar A Istithmar, cerca de 20 milhões de libras, e arcar com as despesas relativas à mudança e à adaptação do navio a sua nova atividade.

No Funchal durante sua última temporada

Segundo membros do QE2 London, o dinheiro já está em mãos, e foi oferecido à estatal de Dubai, que ainda não decidiu o futuro do navio, e não retornou a proposta. Enquanto isso, alguns afirmam que uma tripulação de chineses já está a bordo para levá-lo ao extremo oriente, onde seria desmontado para ter seu aço reutilizado. O motivo, seria uma oferta maior por parte dos sucateiros, de 30 milhões de libras.

De qualquer forma, especialistas acreditam que as chances para o navio de mais de 40 anos, que chegou inclusive a defender a Inglaterra na Guerra das Falkland nos anos 80, voltar para casa são grandes e afirmam ter grandes esperanças de que o acordo com Dubai será alcançado nas próximas semanas.

Entrando em Santos, em 1985, em sua primeira escala na cidade.
 Texto (©) Copyright Daniel Capella.
Imagens (©) Copyright Peter Roos, Ricardo Martins, Sergio Ferreira e Sérgio Oliveira.
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4 Comentários

  1. 1985,esteve no dia 04/04 e entre seus passageiros estavam Paulo Maluf e o ator Britânico Vincent Price.
    1986,esteve dia 07/02 junto com o Enrico C. e o Eugenio C.,o Enrico saiu as 18h e Eugenio e QE2 as 20h.
    1989,esteve dias 28 e 29/01(sábado e domingo),os passageiros participaram da Festa "Uma noite nos Mares do Sul"no Ilha Porchat Clube,e durante a saída no domingo parou o então "Banho da Dorotéia".
    1993,esteve no chuvoso dia 18/01 e saiu as 17h.
    Foram apenas 4 escalas,no Rio de Janeiro foram várias,mas essas escalas ficaram marcadas na cidade,pois o trânsito parava e a mureta ficava completamente tomada pela população.
    Depois disso só houve uma única escala de um navio da Cunard em Santos, que foi o Sagafjord.

    Abçs,
    Emerson

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