Há quinze anos, Costa Olympia começava a se transformar em Norwegian Sky

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Norwegian Sky em Amsterdam em 1999.

Em 8 de Março de 1998, o então Costa Olympia era transferido do falido estaleiro Bremer Vulkan para o Lloyd Werft, ambos na Alemanha. O navio havia acabado de ser adquirido pela Norwegian Cruise Line, que iria completar sua construção após a desistência da Costa, que originalmente o havia encomendado.

O Costa Olympia foi encomendado na década de 90, ao estaleiro alemão Bremer Vulkan, pela ainda 100% italiana Costa Crociere. Era o segundo navio de um novo design, com elementos inovativos, mas que seguia a tradição da companhia, e em alguns sentidos, era uma uma evolução dos gêmeos Romantica – Classica. O primeiro navio dessa classe foi o primeiro mega-navio da companhia, com mais de 70 mil toneladas – tamanho massivo para a época.

Com as novas embarcações, a Costa, pretendia, acima de tudo, modernizar sua frota para enfrentar as novas concorrentes Festival, que havia também encomendado navios, e para a MSC, que havia surgido há pouco, para disputar diretamente o mercado italiano. Na época, a companhia operava apenas navios tradicionais ou de segunda mão.

Hoje propriedade da Carnival Corporation, a Costa era então independente, e não tinha o suporte financeiro que o maior grupo de cruzeiros a oferece hoje. Assim, resolveu incluir no acordo com o estaleiro o veterano e lendário Eugenio Costa, que com seus ares de transatlântico clássico, já não fazia mais parte dos planos da companhia, e acabou sendo parte do pagamento pelos novos navios. Inaugurado na década de 60, e até hoje um dos mais famosos navios da companhia, o Eugenio acabou sendo vendido pelo estaleiro, e passou a operar por uma companhia inglesa, com o nome Edinbug Castle, até ser vendido para outro operador alguns anos depois, e seguir para a sucata em 2006.

Casco do Costa Olympia 35% terminado. 

O primeiro navio do novo projeto, que acabou batizado Costa Victoria, ficou pronto em 1996, e o Olympia, que teve a construção iniciada alguns meses depois, deveria ter sido entregue no ano seguinte. Porém, o estaleiro escolhido pela Costa para a construção, Bremer Vulkan, enfrentava problemas financeiros, e pouco após a entrega do Victoria, em Julho de 1996, suspendeu a construção do Olympia, quando os trabalhos estavam apenas 35% concluídos.

Como na maioria dos contratos de construção de navios, o assinado entre o estaleiro alemão e a armadora italiana, previa que o navio só seria de fato comprado após o término de sua construção – e apenas se ele fosse aprovado em todos os testes, e atendesse as expectativas da companhia, que, apesar disso, participaria de toda a fase do projeto. Alguns meses depois da paralisação dos trabalhos no Olympia, o estaleiro declarou oficialmente falência, e a Costa que ainda não era proprietária do navio, e também não vinha bem financeiramente, recusou-se a comprá-lo no estado em que se encontrava, interminado.

Costa Victoria; como o Olympia teria ficado.

Assim, o casco foi posto a flutuar, e ficou imobilizado na Alemanha, até Dezembro de 1998, quando foi adquirido pela Norwegian Cruise Line (NCL), que tinha como meta também modernizar sua frota, e viu no casco não finalizado uma oportunidade. Quando encomendado pela Costa, o navio tinha interiores iguais aos do Victoria, que haviam sido projetados pelo escritório de arquitetura sueco Tillberg Design. A pedido da NCL, o famoso escritório escandinavo elaborou outro projeto para os interiores do navio, completamente novo, e com aproveitamento diferente das diversas áreas de bordo, tanto internas quanto externas. Técnicos e engenheiros navais também modificaram a aparência externa do navio, seu tamanho e muitas de suas características.

Sua construção seguiu no estaleiro Lloyd Werft, também na Alemanha, e foi terminada em Junho de 1999, data em que foi entregue a Norwegian Cruise Line com um design bastante diferente daquele do Costa Victoria, o seu projeto original, e com o nome Norwegian Sky. Posteriormente, a Norwegian ainda encomendou dois gêmeos do Norwegian Sky, o primeiro, Norwegian Sun, foi entregue em 2001, enquanto o segundo teve sua construção cancelada.

Norwegian Sky em 2012 nas Bahamas.  

O Norwegian Sky acabou um pouco maior do que seria o Olympia, com 260 metros (inicialmente previa-se 252 metros). A capacidade de passageiros e a tonelagem também aumentaram, passando de 2,200 para 2,450 passageiros, e de 75,000 para 77,000 toneladas respectivamente. Além disso, o novo projeto acrescentou dois andares de varandas nas laterias do navio (que depois seriam acrescentadas também ao Costa Victoria), e modificou bastante a proa, que perdeu grande parte do vidro (janelas panorâmicas do Concorde Plaza, no Victoria), ganhou algumas varandas, e teve a ponte movida para um andar a baixo, permitindo a criação de um spa na parte mais alta do navio.

Empress of the Seas
Há cinco anos, também em 8 de Março, o então Empress of the Seas foi transferido da Royal Caribbean International para a filial espanhola do grupo americano, Pullmantur. O navio, que hoje opera somente na América do Sul e Europa, havia até então viajado principalmente pelo Caribe, e foi nessa região que realizou sua primeira temporada pela Pullmantur, em 2008. Nos mesmos roteiros que serão realizados a partir de Abril, por outro navio que deixará a frota da Royal Caribbean para a da Pullmantur, o Monarch of the Seas.



Texto (©) Copyright Daniel Capella.
Imagens (©) Copyright Bart de Boer, Steffen Werauch, Daniel Capella e Royal Aldecoa.
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