Praticagem Milionária – custo no Brasil é até 2789% mais caro em outros países

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MSC Magnifica aguarda lancha da praticagem, em Santos. 

As operações de manobra de entrada e saída dos navios em portos, serviço conhecido como praticagem, apresentam, no Brasil, custos extremamente elevados.

A taxa, que já está se tornando uma limitadora para a vinda de Cruzeiros Marítimos ao Brasil, deverá agora ser monitorada pela Comissão Nacional de Praticagem. A medida faz parte das mudanças que o governo pretende fazer no setor portuário e visa acabar com o monopólio e redefinir o preço do serviço prestado de acordo com uma metodologia clara quanto ao tamanho do navio, tipo de carga e questões meteorológicas.

Uma das lanchas da praticagem. 
Um levanta- mento da ABREMAR (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) mostra a diferença de valores cobrados nos principais portos do mundo. Entre os mais caros estão os portos de Salvador, Santos, Ilhabela e Rio de Janeiro, que chegam a custar, respectivamente, 2789%, 1080%, 892% e 521% a mais que o porto de Barcelona, na Espanha. Os valores foram considerados para as duas manobras de escala (entrada e saída) para navios com 137 mil toneladas – veja tabela completa abaixo.

A praticagem, na maior parte dos portos mundiais, é tarifada e regulada por órgãos do governo, e não há variação de cobrança entre companhias, mesmo com navios de mesmo tamanho e manobras similares – o que acontece no Brasil.

Com tudo isso, o país acaba perdendo competitividade para regiões da América do Sul que operam taxas mais atrativas, como Valparaíso (Chile) e Montevidéu (Uruguai). Além disso, também perde navios e turistas para mercados emergentes no setor de Cruzeiros Marítimos, como Pequim (China) e Sidney (Austrália).

Este último, além de apresentar taxas extremamente mais atrativas que as brasileiras, ainda possui clima similar ao nosso e extenso litoral, tomando conta de um lugar, no verão do Hemisfério Sul, que já foi do Brasil.

Texto (©) Copyright CLIA ABREMAR.
Imagens (©) Copyright Daniel Capella.
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8 Comentários

  1. Pois é , sem comentários. Se o aumento de preço ficasse na casa dos 2 dígitos , já seria um absurdo. 3 dígitos não tem nem o que falar. E a comparação é com um porto grande , conhecido.
    Uma vez eu li uma defesa dos práticos, onde eles diziam que o custo da praticagem era muito baixo em relação aos demais custos. Ok , mas mesmo assim não justifica o preço cobrado.

  2. O país precisa de meios para combater situações como essa, que prejudicam a competitividade. Não ficaria surpreso se dentre esses profissionais estivesse um grande número de pessoas com envolvimento político.

  3. Hoje, não há necessidade de um prático acompanhar o comandante de um navio na manobra. Póis, os navios estão acompanhados da mais alta tecnologia,e os portos em sua grande maioria balizados. Sendo asim, qualquer comandante de navio pode adentrar um porto sem o auxílio do prático.

    • Na verdade isso depende da legislação local; por mais que os navios tenham condição de entrar no porto sem os práticos. No Brasil as embarcações são obrigadas a contratar o serviço de praticagem.

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