Boletim Portuscale Cruises

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Funchal flutuando pela primeira vez desde junho, quando entrou em doca-seca. 
As imagens são do Funchal em doca-seca no dia três de Agosto, dias após a cerimônia de inauguração. 
Hélice pouco antes de voltar a sua posição no casco.

O Funchal é um navio com mais de 50 anos de idade. Um dos únicos tão antigos a continuar navegando comercial- mente no mercado de cruzeiros, o fato é admirável levando-se em consideração o fato de navios com cerca de 30 anos, como o ex-Sky Wonder, já terem sido reciclados. Com tantos anos no mar, não é surpresa que o Funchal precise de cuidados contates de manutenção, o que não ocorreu no período em que o navio esteve abandonado em Lisboa após serem paralisadas as obras que eram financiadas pela mais tarde falida Classic International Cruises (CIC).

Quando tomou posse do navio em fevereiro, após comprá-lo junto ao banco credor da CIC, a Portuscale Cruises ime- diatamente retomou as atividades para colocá-lo de volta a navegar. Para isso, por conta do SOLAS 2010, novas leis marítimas de segurança da vida no mar, era necessário reconstruir boa parte de seu interior, e incrementar seus sistemas de segurança e evacuação. Isso era o que estava sendo realizado pela CIC antes de sua falência, a Portuscale, porém, necessitou ir além disso, e restaurar o que havia sido danificado no período em que o navio ficou imobilizado com tripulação reduzida, ou mesmo sem ela, após a necessidade do abandono do projeto por parte da CIC. 
Foi justo esta parte que acabou por compro- meter o cronograma inicial da revita- lização do Funchal, que deveria ter sido finalizado no dia primeiro de 1º de Agosto. Muita coisa para ser feita surgiu após a entrada do navio em doca-seca, e mais tempo foi necessário. Por isso, chegou-se a considerar a realização do cruzeiro inaugural, que deveria partir amanhã, do Funchal por outro navio, o Azores, que está também em vias de voltar a navegar após uma revitalização financiada pela Portuscale em Marselha, França. O Porto, primeiro navio a ser repaginado pela companhia portuguesa também era candidato a substituir o Funchal, mas aparentemente possui problemas em seus motores, o que seria um dos motivos, aliás, para que ainda não tenha saído de Lisboa, mesmo estando pronto desde o início de junho. 

Porém, a apenas poucas horas do horário previsto para o início do cruzeiro posicional, o Azores continua imóvel em Marselha, e sequer emite sinal AIS, enquanto o Funchal permanece em doca-seca, ainda que com o AIS ativado. O mais provável é que esse cruzeiro seja cancelado, e o Funchal retome seus cruzeiros somente em Gotemburgo, Suécia, no primeiro cruzeiro previsto após a saída inaugural que terminaria nesta cidade. Não está descartada, no entanto a saída da doca-seca e o embarque de passageiros no Funchal ainda amanhã. Esta terça-feira, era a nova data prevista para a finalização dos trabalhos, após o último adiamento.

Novo deck (arredondado), acrescentado durante o período em doca. 
Mesmo sem se manifestar oficial- mente a respeito da estréia do Funchal, a Portuscale organizou no último dia 1º, uma cerimônia de reinauguração a bordo, que contou, inclusive, com a presença do primeiro-ministro português Passos Coelho, e continua revelando os planos para o Funchal no restante do ano. Após realizar um cruzeiro de 10 noites aos Açores com base em Lisboa em 20 de Setembro, o Funchal será novamente fretado (os cruzeiros com base em Gotemburgo, apesar de também vendidos pela Portuscale, são organizados por um operador sueco), agora a um operador francês, para um cruzeiro de 12 noites, e embarque e desembarque em Nice. Após essa viagem, o Funchal retornará a Lisboa, em um cruzeiro organizado pela própria Portuscale, entre Mônaco e esta cidade, que terá como tema a dança. Durante a temporada 2013/2014, a companhia pretende operar o seu principal navio próximo a Portugal, e realizar um cruzeiro no Reveillon, que tenha escala na cidade do Funchal, durante a virada do ano, como divulgado pela facebook. 

A operação da Portuscale no Brasil deverá ficar para 2014/2015, caso as negociações com um operador nacional, confirmadas pelo blog WorldCruises.com junto a equipe da Portuscale, sucedam. Ainda não há a definição de qual navio poderá vir ao Brasil, nem a área de operação, ou a identidade do operador nacional que negocia. O restante da frota, composta pelo Porto (ex-Arion), Azores (ex-Athena) e Lisboa (ex-Princess Danae), só deverá operar a partir de 2014. Recentemente, a mídia francesa divulgou que o Lisboa deverá voltar a operar neste mercado, como antes da falência da Classic International Cruises. Já o outro navio que compunha a frota da CIC, e que não foi incluído no negócio da Portuscale por continuar propriedade dos irmãos Potamianos, herdeiros da CIC, o Princess Daphne, continua em Creta, intocado desde que foi arrestado pelas autoridades locais há quase um ano, em setembro de 2012. Não há informações sobre os planos da família Potamianos para o navio, que é gêmeo do Lisboa.

Texto (©) Copyright Daniel Capella
 Imagens (©) Copyright Rui Minas Agostinho.
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