Orient Queen II substituindo o próprio Orient Queen no nordeste?

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Com o Orient Queen original que foi renomeado recentemente Louis Aura descartado, a BCR parece ter um outro navio para substituí-lo no Orient Queen II, ex-Vistamar. O navio libanês aparentemente já está à caminho do Brasil, e deve chegar no começo de dezembro. 

Louis Aura, que era conhecido como Orient Queen. 

Como adiantado por nós no final de Outubro (clique aqui para ver), o Louis Aura, ex-Orient Queen, não virá ao Brasil para a temporada 2013/2014 como originalmente programado. Originalmente fretado pela BCR – Brazilian Cruise Rep. para uma temporada pelo Nordeste e Fernando de Noronha, o navio deveria estar já na região para o primeiro embarque, um mini-cruzeiro de 3 noites com embarque em Recife no dia 28. O navio, entregue para a Norwegian Cruise Line em 1968, no entanto, parece continuar em Piraeus, na Grécia, onde há algumas semanas encerrou sua temporada de verão 2013 à serviço da Louis Cruises, sua operadora desde meados de 2006.

Segundo rumores revelados por nós também em outubro, devido a sua idade e projeto (foi idealizado para cruzeiros curtos no Caribe), o Louis Aura é um navio mais poluente que os mais modernos, e com tanques menores que os daqueles projetados para cruzeiros mais longos. Como a maioria dos roteiros elaborados para a temporada nordestina, inclui mais de 48 horas em navegação ou fundeado (na escala em Fernando de Noronha), o navio precisaria esvaziar alguns de seus tanques – entre eles o de esgoto – em alto mar para prosseguir com seus serviços normalizados. Enquanto no restante do mundo essa prática é de certa forma comum, em Fernando de Noronha, especialmente, representa uma ameaça à natureza local, que é protegida por uma reserva ambiental.

Imagem divulgada pela Abou Merhi Cruises.

Por este motivo, a BCR procurava desde outubro um navio com as características ideais para substituir o Louis Aura, ex-Orient Queen, com o menor prejuízo possível aos roteiros já planejados – e consequentemente vendidos – pela empresa. a solução, curiosamente, parece ter sido o Orient Queen II, da libanesa Abou Merhi Cruises. Este navio, que tem capacidade para cerca de 350 passageiros, e era operado até não muito tempo ela Plantours & Partners, da Alemanha, como Vistamar, está navegando desde a última semana rumo a um destino indefinido. Depois de cruzar todo o Mediterrâneo, hoje a embarcação encontra-se fundeada próxima a Gibraltar, provavelmente abastecendo para iniciar em breve sua travessia rumo a Recife.

Como nada foi confirmado pela BCR, que não retornou nossos últimos emails e indagações, não é possível afirmar oficialmente quais são os planos da companhia. No entanto, a Abou Merhi, via facebook, anunciou a vinda de seu navio ao Brasil, como confirmamos via AIS. Apuramos também, que o Orient Queen II deve chegar em Recife no próximo dia 7, a tempo de realizar um roteiro de 5 noites previsto para o dia 9 deste mesmo mês, enquanto as três primeiras saídas, de duas, quatro, e cinco noites seriam canceladas. Como este navio é significantemente menor que o Louis Aura, outros ajustes precisariam ser feitos também nos outros roteiros, entretanto, não temos informação de como estes serão realizados. Também não há informação de como os passageiros das saídas possivelmente canceladas estão sendo tratados.

Como Vistamar em Belém

O Orient Queen II foi construído em 1989 como Vistamar, em um estaleiro espanhol. Foi projetado por uma operadora espanhola, que o operava nas Ilhas Canárias e outras regiões; no entanto, foi vendido e desde 2008 para a alemã Plantour & Partners, em diversos ao redor do mundo. Nesta época, inclusive, o navio esteve diversas vezes no Brasil, sempre em longos roteiros de volta ao mundo ou à Antártica. Possui capacidade para 330 passageiros em ocupação máxima e 7,498 toneladas, alcançando a velocidade de 16 nós.

Texto (©) Copyright Daniel Capella.
Imagens (©) Copyright Abou Merhi Cruises, ana Rita Pedroza e Gilmar Nazaré Guedes Leal.
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11 Comentários

  1. Se o Funchal de 9.500 toneladas, já balançava em Noronha, esse vai ser pra
    quem é velho marinheiro.
    Se a solução é esta, vai haver muita gente reclamando.
    Eduardo Berbert

  2. Gente, a CVC nos realocou para essa navio o Orient Queen II, e estamos muito insatisfeitos porque além de ter menor porte e menos atrativos, segue com o mesmo preço. Isso está correto? Alguém pode me ajudar com essa dúvida?

  3. Shirlley, já fiz 9 cruzeiros pra Noronha (8 no Funchal + 1 no Pacific), este navio vai balançar demais, vai ter viagem que não terá condições de descer em Noronha. Pense bem, com o valor que você pagou, dar para comprar facilmente o Preziosa, Costa Fascinosa etc… Eduardo Berbert

  4. Agradeço a resposta. Realmente pelos comentários vejo a diferença mesmo da qualidade do navio. Mas a maior dúvida mesmo é sobre o preço e cheguei a conclusão que pagamos caro demais para ir num navio tão cheio de limitações… Pagamos pelo Louis Aura, e a CVC nos chamou para assinar outro contrato com a mudança para esse Orient Queen II… Vou a CVC reclamar! Obrigada pela resposta!

  5. Pessoal, minha opinião sincera: vocês estão julgando o navio sem muitas informações sobre ele. De todas as soluções que a BCR poderia encontrar, essa pode não ter sido a melhor, mas sem dúvida não foi a pior.

    Ele é um navio que operou num nicho de mercado luxuoso/expedição por muitos, muitos anos. É um navio bem diferente dos que atualmente operam no Brasil, menor, e mais luxuoso/aconchegante, sem aqueles "gimmicks" como chamam os americanos. Em comparação com o Louis Aura, um navio de 1968, um dos navios mais antigos antigos operando atualmente, não há grande prejuízo.

    Agora, quanto ao balanço, sim, ele é menor que o Funchal. Mas devemos lembrar que o Funchal, assim como o próprio Louis Aura possui cerca de 50. O ex-Vistamar, Orient Queen II é do final da década de 80, quando a construção naval já estava muito mais avançada que na época da construção dos outros dois. Ou seja, ele possui tecnologias bem mais atuais no que diz respeito a navegabilidade e estabilizadores. Se ele vai se sair bem enquanto fundeado não dá para dizer, mas também não podemos nos basear na forma como o Funchal se comportava por lá.

    Agora, realmente, com relação aos preços, em se somando o valor do cruzeiro, voos e tudo o mais, talvez seja mais econômico e interessante conhecer um navio mais moderno aqui no sudeste. Sugiro que quem esteja em dúvida, dê uma olhada no site da companhia original dele (http://aboumerhicruises.net/). e tire suas próprias conclusões. É um navio que possui tudo que um navio costuma ter, restaurantes, lounges, piscina, decks abertos e etc. A meu ver, sinceramente, o único porém desse navio para esse roteiro é a área da piscina que é um tanto pequena, ainda sim, sua capacidade é para 300, não 3,000 passageiros como nos outros.

  6. Daniel,
    conheço muito bem o mar de Noronha, tem dia que ele está virado no raio, não é à-toa que lá é o paraíso dos surfistas no Brasil.
    Esse navio leve, vai ser um festival de gente passando mal.
    Eduardo Berbert

  7. De uma coisa eu sei, isso vai matar mais da metade da tripulação que já estava certa de embarcar! muita gente vai perder embarque, tempo e dinheiro por causa disso.

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