MSC encontra comprador para o Melody

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No Rio de Janeiro, em foto de Edson Lima.

Após anos tentando vender seu menor e mais antigo navio, a MSC finalmente encontrou um comprador interessado na embarcação inaugurada em 1982. Agora Qing, o Melody viverá uma nova fase de sua carreira na Índia. 

Já antes de anunciar que não iria mais operar o Melody, a MSC tentava vender o seu mais antigo navio. O Melody era o navio que há mais tempo operava pela companhia italiana, tendo sido adquirido em 1997, pouco tempo depois da fundação/reformulação da companhia, que até 1995 tinha outro nome. Porém, segundo rumores devido ao alto preço pedido, a companhia nunca havia encontrado um comprador interessado em adquirir o navio de 1982.

Em Santos, por Marco Antonio Pedro.

A história mudou há alguns meses, quando, sem maiores anúncios, o Melody, então imobilizado no porto de Castellammare di Stabia, foi renomeado Qing e teve seu registro modificado para a Índia. O seu proprietário passou a ser a Sahara India Pariwar, que não revelou o motivo pelo qual resolveu comprar o navio. Segundo a imprensa internacional, é possível que o agora Qing sirva como hotel flutuante em Goa, na Índia, a informação, no entanto, carece de confirmação.

Após semanas fundeado próximo a Port Said, no Mediterrâneo Egípcio, encontra-se fundeado em Port Fuad, na entrada do Canal de Suez aguardando para atravessar a hidrovia e chegar pela primeira vez à Ásia, sua nova casa recentemente. Sem operar desde agosto de 2012, teve sua temporada 2013 de verão pelo Mediterrâneo cancelada em janeiro desse ano, quando a MSC decidiu que era hora de o decano se despedir de sua moderna frota. Clique aqui para ler notícia da época.

O Melody foi adquirido pela recém formada MSC Crociere em 1997, quando sua frota somava apenas três antigos liners das décadas de 50 e 70. Após uma reforma na África do Sul, que adaptou o navio a suas necessidades, iniciou sua carreira de mais de dez anos pela MSC. Desde sua entrada em operação pela MSC até 2003, foi o flag-ship da frota, e por muitas temporadas operou no Brasil, realizando a primeira temporada na região em 2003/2004 e a última em 2009/2010.

Recém inaugurado em postal da Home Lines.

Foi construído em 1982, por um estaleiro de Le Havre, na França, sob ordem da Home Lines, e com o nome Atlantic. Quase sempre à sombra do lendário Oceanic, foi vendido em 1988 para a Premier, quando, curiosamente, voltou a navegar ao lado de seu célebre companheiro de frota que já havia sido vendido pela Home Lines em 1986. Renomeado Starship Atlantic, teve seu casco pintado de vermelho, e se tornou um dos “Big Red Boats”, operando cruzeiros vendidos junto a pacotes de uma semana que conjugavam alguns dias no Disney World de Orlando, na Flórida, com mini-cruzeiros da Premier Cruises.

Nessa época navegou junto também do Eugenio C, célebre navio da Costa Crociere, que ao contrário do Melody, não teve sorte, e foi vendido para a sucata quando a Premier faliu em 2000. Nessa época, o então Atlantic já havia sido vendido para a MSC, que só começaria a encomendar a estaleiros navios para a sua frota no início da década de 2000, quando o Lirica começou a ser construído.

Nas Bahamas como Starship Atlantic.

Com a venda do Melody, a frota da MSC passou a contar apenas com navios de última geração, entregues entre 2003 e 2013. Um fato curioso sobre a frota da companhia é que todos os 12 navios foram todos construídos no estaleiro francês Chantiers de l’Atlantique de St. Nazaire. A MSC é a única companhia a possuir toda sua frota construída em apenas um estaleiro.

Texto (©) Copyright Daniel Capella.
Imagens (©) Copyright de seus respectivos autores.
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5 Comentários

  1. Tenho saudades do Melody, foi nele que há exatos 10 anos fiz meu primeiro cruzeiro. Bom saber que após encerrar sua carreira pela MSC não terá destino semelhante ao do célebre Eugenio.
    Paula.

  2. Oi Paula,

    Você esteve a bordo na primeira ou segunda temporada dele no Brasil então? Sim, por enquanto ele está a salvo. Feliz ou infelizmente, tendo sido construído em 1982 e com os padrões atuais da indústria não deve navegar ainda por muito mais de 10 anos…

    E a venda para um operador asiático não é muito bom sinal, especialmente com a ausência de detalhes que envolvem sua futura operação.

  3. Paula, já o meu 1º cruzeiro, foi justamente o Eugenio em 1975, saindo de SSA
    até Fort Lauderdale e voltando.
    Já fiz de navio vários destinos abandonados como: Aracaju, Morro de São Paulo, Porto Seguro. Todos eles a cara do Melody.
    Eduardo

  4. Olá Daniel, eu estive a bordo na primeira temporada dele no Brasil, em janeiro de 2004. Realmente a venda para um operador asiático não é o melhor dos sinais, mas antes a dúvida acerca de sua futura operação do que a certeza de desmanche rs. Abs, Paula.
    Paula.

  5. Estive abordo deste navio dia 16 de dezembro de 2003, num mini cruzeiro no litoral sudeste do Brasil. Sem dúvidas foi um navio clássico e de extremíssima qualidade… Cabines premier com banheiras, interior em madeira, carpetes impecáveis e muito conforto.
    Na época o navio era impecável, sem detalhes algum, bem melhor que muitos reformados do mercado atual.

    O comandante da época era o Michele di Gregorio

    Abraços.,
    PHILIP

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