Com festa e confusão, MSC Divina estréia em Santos e inaugura trecho do cais de Outeirinhos

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Atracado no trecho do cais de Outeirinhos já construído.

Em escala inédita, o MSC Divina chegou a Santos no último sábado, encerrando seu cruzeiro posicional EUA – Brasil, que o trouxe para a Copa do Mundo da FIFA de 2014. Após entrada festiva – escoltada por barcos da Receita Federal e Marinha – o navio da MSC Crociere atracou no único trecho finalizado do cais de Outeirinhos, em frente às instalações da Marinha do Brasil, e que ainda não havia sido utilizado. 

Visto do Deck do Pescador. Veja o vídeo da entrada do navio, clique aqui
Escolta da Receita

2014 é um ano atípico para os cruzeiros no Brasil. Além das temporadas no começo e final do ano, o país recebe também navios no meio do ano, para cruzeiros regulares por sua costa. Operações semelhantes já aconteceram no passado, mas não se repetem há muitos anos, e em 2014 se darão por conta da Copa do Mundo de Futebol. O primeiro navio a chegar para esta inter-temporada foi o MSC Divina, da MSC Crociere, que irá navegar no país até julho.

Deck do pescador visto do Divina.
Escolta da Marinha

Vindo do Rio de Janeiro, o navio da classe Fantasia escalou pela primeira vez o Porto de Santos no dia 7 de junho, finalizando um cruzeiro posicional iniciado em Miami, nos EUA, ainda em maio. Apesar da previsão inicial de chegada apenas para às 13h, o Divina fez sua primeira entrada no porto por volta das 09h30min, com editor do Portal WorldCruises.com a bordo, e uma quantidade significativa de gente na Ponta da Praia, aguardando sua passagem. Apesar da hora, apitos não foram poupados, e a entrada da embarcação com certeza chamou a atenção de quem passava pela praia. O horário foi modificado devido à alteração no horário de saída do Rio de Janeiro, inicialmente previsto para o início da madrugada, mas que aconteceu às 23h30min do dia 6.

Orla de Santos, como foi vista pelos passageiros do Divina na manhã do dia 7. 

Após passar a noite navegando com velocidade de 21 nós, número bem próximo de sua velocidade máxima, já navegava na barra por volta das 9h, e atracou poucos depois das 10h, no novo cais de Outeirinhos, construído como uma projeção do Cais da Marinha, e que nunca tinha sido utilizado até então. Foi escoltado desde sua entrada na baía de Santos, por lanchas da Receita Federal e da Marinha do Brasil, que continuaram rondando o navio mesmo após este ter atracado.

Cais de Outeirinhos

O local em que o navio atracou é parte da obra de realinhamento do cais na região dos Outerinhos, entre os armazéns 23 e 29. A intenção do Governo Federal, quando lançou a obra, parte do PAC, era construir 1,280 metros de cais, ligando em linha reta, a região dos Armazéns 30, ao Terminal de Bagagens do Concais. Esta intervenção permitiria que navios maiores atracassem mais próximos ao terminal de passageiros da cidade, e também que mais navios atracassem nessa região, que atualmente possui um desenho que impede que ambas as situações ocorram. O prazo para conclusão, era a Copa do Mundo, já que o Governo pretendia receber diversos navios como hotéis flutuantes, para suprir a falta de leitos em terra.

Entretanto, com a obra muito atrasada, nem metade das intervenções foram concluídas, Apenas cerca de 510 metros do novo cais foram construídos, em frente ao Cais da Marinha. Foi justamente nesta área que atracou o MSC Divina. Antes da obra, o navio precisaria atracar nos armazéns 30, mais distante do terminal, como seus gêmeos MSC Preziosa e MSC Fantasia precisaram fazer durante todas as temporadas em que estiveram baseados na cidade. Mesmo com a distância reduzida, ainda foi necessário utilizar os ônibus do terminal para que os passageiros fossem transportados até as suas instalações, no Armazém 25. O trajeto, entretanto, é bem menor que o realizado pelos passageiros de navios atracados dos armazéns 30.

Apesar da promessa de maior comodidade, o que se viu no desembarque dos passageiros do MSC Divina, foi uma das operações mais desorganizadas e desconfortáveis que se tem notícia. A inexperiência na utilização do Cais de Outeirinhos, uma aparente falta de ônibus para transporte dos passageiros, organização ineficaz das filas dentro e fora do navio, e principalmente a intervenção da Receita Federal em todo o processo, fizeram com que o desembarque dos passageiros durasse mais de 7 horas. A inédita operação do órgão federal, que visava coibir abusos fiscais na entrada de produtos comprados no exterior, e também contrabando de armas e drogas. Foram utilizados cinco scanners, 1 cão farejador e 57 servidores da alfandega. A bordo do navio, comentava-se que haviam sido embarcados 14 mil malas em Miami, com os cerca de 3,000 passageiros que vieram dos EUA. A tendência é que nas novas atracações durante a Copa a logística operacional no novo cais seja melhorada, e seja aperfeiçoada até a próxima temporada, quando o MSC Preziosa irá utilizar regularmente a instalação.

Texto (©) Copyright Daniel Capella.
Imagens (©) Copyright Canal do Porto de Santos e Daniel Capella. 
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