A despedida do Splendour of the Seas

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Mais de quinze anos depois de sua primeira de sua chegada, o Splendour of the Seas realiza hoje seu último embarque no Brasil e sua última passagem por Santos, cidade que foi sua base em nove temporadas. Um dos navios mais identificados com o público nacional e mais queridos pelos cruzeiristas brasileiros, o navio da Royal Caribbean se despede em cenário melancólico, marcado por sua venda e pela despedida de seu operador da América do Sul.

Poucos navios de cruzeiro estiveram tão identificados com o mercado brasileiro como o Splendour of the Seas da Royal Caribbean. Desde sua estréia na região em 2000, o navio da classe Vision esteve no imaginário dos brasileiros quanto o assunto eram os cruzeiros. Não por acaso, realizou nove temporadas completas a partir de seu porto-base brasileiro, a cidade de Santos, competindo de igual com a concorrência, que nos últimos anos tem trazido navios muito maiores e mais modernos ao Brasil.

Mas não importa, o Splendour tem algo mais, diriam seus fãs, é único – tamanho e idade não pesam em sua comparação com os outros. Até porque, o navio já esteve em ambos os extremos; foi o maior e mais novo navio de algumas temporadas com larga folga em relação à concorrência, e foi também um dos menores e mais antigos de outras temporadas, também com diferença significativa. Entretanto, isso nunca fez diferença para o navio, que sempre teve, e ainda tem uma grande legião de fãs. Não é à toa que ganhou diversos prêmios do trade de turismo nacional, e se tornou navio símbolo da temporada brasileira.

Enquanto outros iam e vinham, da concorrência e da própria Royal Caribbean, fazendo sucesso ou não em nosso mercado, o Splendour esteve firme e forte na região, sempre com taxas de ocupação consideravelmente boas, mesmo com os preços mais altos cobrados pela sua companhia. Não importavam os preços, diriam seus fãs; sempre valeu pagar mais para estar no Splendour, que afinal, é único.

Sua relação com a cidade de Santos também é única, comparável talvez apenas com a de transatlânticos do passado, como o saudoso Eugenio Costa. Poucos navios chamaram tanta atenção em suas passagens pela Ponta da Praia. A princípio muito novo e moderno, em meio a navios já mais antigos e tradicionais, e depois fazendo exatamente o papel oposto, de mais antigo e tradicional, mas sempre embarcando exclusivamente em Santos. Sua ausência entre 2000 e 2007 ajudou a criar essa relação, já que a ausência sempre glorifica a lembrança com a saudade e em seguida propicia um grande retorno.

Essa é nossa homenagem ao navio que revolucionou o mercado dos cruzeiros brasileiro, e que é também um dos principais – se não o maior – motivo para a existência deste site hoje. Sim, nós, assim como grande parte de nossos leitores, nos deixamos levar pela magia do Splendour ainda em 2000. Acima de companhias, e interesses comerciais, é inquestionável, inegável o significado que o navio teve e continua tendo para o mercado como um todo.

Adeus Splendour! Quem sabe um dia você não proporcione um novo retorno glorioso ao Brasil, sob outra bandeira, sob outra marca e outro nome… Estaremos aguardando.

Nas fotos é visto em um de seus habitats mais naturais; em navegação em águas territoriais brasileiras, em fevereiro.

Uma última homenagem ainda é possível. Junte-se a nós e a outros fãs do navio no encontro do grupo “Cruzeiros: Nós Amamos e Queremos Mais” em despedida do Splendour of the Seas que acontecerá hoje a partir das 16 horas no Deck do Pescador, na Avenida Saldanha da Gama, em Santos. Iremos juntos saudar a última saída do navio de seu porto-base brasileiro. Sua passagem pela Ponta da Praia deve acontecer por volta das 18 horas. 


Texto e Imagem (©) Copyright Daniel Capella. 
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4 Comentários

  1. O Brasil está perdendo mercado, pra quem tem que perder mesmo, ou seja,
    China, Austrália, Canadá. Tivemos sorte que os chineses somente agora, abrirão os olhos pros cruzeiros.

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