Pullmantur volta a focar na Espanha, e terá, pela primeira vez, Monarch na Europa em 2016

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Monarch

Substituindo o Empress, que passará para a Royal Caribbean em fevereiro, o Monarch estreará cruzeiros pelo Norte da Europa em 2016. A mudança de região do navio, que operava até então exclusivamente no Caribe, representa uma readequação de estratégia da companhia, que deixará de focar em mercados latinos para ter maior presença em mercados tradicionais como o francês e o espanhol.


A Pullmantur voltará a ter o mercado espanhol como sua “casa”. Após alguns anos apostando em mercados latinos, como o brasileiro e o do Sul do Caribe, a companhia, que começou a operar no começo dos anos 2000, voltará suas atenções ao mercado onde surgiu, o espanhol. 
Sovereign, ainda com as antigas cores da Pullmantur, em 2011

A decisão se deu principalmente graças à atual situação frágil das economias dos países da América Latina (incluindo o Brasil), que passam por crises financeiras. A revelação foi feita pela Royal Caribbean Cruises Ltd. (RCCL), que detém a Pullmantur e outras companhias de cruzeiro, na prestação de contas trimestral a seus acionistas.

Terceira maior marca do grupo, a Pullmantur teve um prejuízo de 399 milhões de dólares, o que prejudicou os resultados do grupo como um todo. Apesar do resultado negativo da marca espanhola, a Royal Caribbean Cruises apresentou um trimestre forte, com lucro de US $4,80 por ação. Os resultados negativos na Pullmantur foram compensados com um momento de altos preços e boa ocupação no Caribe, que ainda é o principal mercado da RCCL.

Navio da frota Celebrity Cruises

Além da Pullmantur, o grupo Royal Caribbean engloba a marca Royal Caribbean International (25 navios), a Celebrity Cruises (10 navios), a Azamara Club Cruises (2 navios), a TUI Cruises (operada em parceria com o grupo TUI; com 4 navios) e a SkySea Cruises (também operada em parceria, nesse caso com um operador chinês; 1 navio). Outra filial é a CDF – Croisières de France, que é administrada pela Pullmantur e opera dois navios.

Além de dar prejuízo, a Pullmantur viu o valor de sua marca ser significantemente diminuído pela sua situação atual. Para reverter o resultado negativo de sua marca latino-mediterrânea, a RCCL decidiu que irá voltar seu foco para o mercado espanhol, deixando em segundo plano os mercados latina-americanos que vinham sendo aposta da companhia há alguns anos. “Nossa estratégia na América Latina bateu num muro”, afirmou Richard D. Fain, CEO do grupo Royal Caribbean. A matriz também decidiu enxugar a oferta da companhia, que não recebe novos navios desde 2013 – quando o Monarch entrou na frota no Caribe.

Assim, conforme anunciado por nós anteriormente, o Empress retornará para a frota da Royal Caribbean International em fevereiro de 2016. O navio havia sido transferido para a Pullmantur, da frota da própria Royal, em 2008, em uma operação que envolveu a transferência dos gêmeos da R Class, que até então operavam pela Pullmantur, para a então recém formada Azamara Cruises.

Blue Dream, um dos navios da R Class, é observado por
multidão na Ponta da Praia em Santos, em 2006. 

Alinhando sua oferta a nova investida na Europa e a nova realidade de sua frota, a companhia posicionará assim, o Monarch no Báltico em 2016. Desde que foi transferido o navio havia navegado apenas pelo Sul do Caribe, em roteiro que é dedicado aos mercados latino americanos. O navio realizará agora os roteiros no Norte da Europa que eram responsabilidade do Empress, e navegam pro países como a Noruega, Alemanha e Inglaterra. Esses roteiros são voltados para o mercado espanhol.

Antes de perder o Empress, a Pullmantur já tinha perdido dois outros navios, que haviam sido anunciados para a marca, e antes mesmo de começar a operar pela companhia foram dedicados a outros. A primeira situação desse tipo ocorreu no final do ano passado, quando o Century, da Celebrity Cruises, que seria transferido para a Pullmantur em abril de 2015, acabou vendido a um operador chinês.

Para compensar a perda do Century, a Royal Caribbean anunciou em seguida que transferiria o Majesty of the Seas de sua frota para a da companhia latina em 2016. Em julho deste ano, no entanto, a companhia voltou atrás e afirmou que iria seguir com o navio em sua frota, deixando a Pullmantur apenas com os cinco navios de sua frota (destes, dois operam para a filial CDF). Frota, que será composta por apenas quatro navios após fevereiro de 2016.

Celebrity Century, anunciado para a Pullmantur e vendido
para operador chinês

Na Pullmantur, o período de adversidade e diminuição da frota é visto como uma oportunidade de se reestruturar, reorganizando os roteiros e mercados, aproveitando também para melhorar o nível da frota, que atualmente conta com navios de pequeno e médio porte, inaugurados entre 1988 e 1992. Em uma ocasional retomada do crescimento, os navios adquiridos pela companhia devem ser mais modernos e, provavelmente, maiores.

Em 2016, além do Monarch no Báltico, a Pullmantur terá o Sovereign no Mediterrâneo, e os gêmeos da CDF, Zenith e Horizon, operando também nestes destinos. A temporada 2016/2017 ainda não foi divulgada, e parece não ter sido totalmente definida também. Enquanto o Sovereign pode retornar para o Brasil como nos últimos anos, o Monarch deve permanecer no Caribe, para onde retorna já em outubro. Dos gêmeos da CDF, o Horizon deve também operar no Caribe, onde vem realizando roteiros voltados ao mercado francês nos invernos boreais já há alguns anos.

Zenith, com as cores originais da Pullmantur em sua estréia
no Brasil, em dezembro de 2007

O Zenith, que nessa temporada está fretado a um operador da Costa Rica, tem destino indefinido. O navio, que operou no Brasil entre 2007 e 2015, tinha sido designado a roteiros no Caribe nessa temporada. Os cruzeiros eram voltados ao mercado brasileiro, mas foram cancelados em meados de agosto devido a baixa demanda.

Junto com seu gêmeo Horizon, a embarcação foi colocada à venda recentemente. Em outubro, cada navio estava disponível para compra, por 65 milhões de dólares.

Texto (©) Copyright Daniel Capella.
Imagens (©) Copyright Pullmantur, Daniel Capella, Celebrity Cruises e Bruno Prícoli.
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3 Comentários

  1. Tenho visto muitas reclamações sobre o ar condicionado do Sovereign. Problemas no ar e hidráulico, são sinais que o navio está ficando velho.

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