NCL quer ser companhia de cruzeiros internacional favorita do brasileiro

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Andy Stuart modera painel a bordo do Norwegian Joy, no cruzeiro inaugural do navio

A Norwegian Cruise Line tem uma estratégia específica para atuar em mercados internacionais como o Brasil. Baseada nos Estados Unidos, a companhia quer atrair mais passageiros estrangeiros para os seus navios. A bordo do Norwegian Joy, em abril, a companhia revelou mais detalhes da forma como trata a questão. 

“Crescimento internacional é um foco chave para nós. É uma área em que buscamos crescer estrategicamente”, disse o CEO global da companhia, Andy Stuart. 

Assim, a companhia tem trabalhado públicos além daqueles considerados tradicionais como o britânico e o próprio americano. A Ásia e a América Latina, incluindo o Brasil, estão entre os principais beneficiados. 

Enquanto outras marcas decidem criar marcas locais para mercados específicos, a Norwegian adotou uma estratégia diferente para atrair os estrangeiros. “Nós queremos atraí-los usando apenas uma marca. Seremos Norwegian Cruise Line em qualquer lugar do mundo”, explicou Stuart.

Customização e ações específicas

Norwegian Joy em Vancouver, no Canadá. Navio foi projetado para o mercado chinês, mas acabou ‘internacionalizado’

O plano é manter sempre a experiência tradicional da companhia e atrair os hóspedes que buscam uma experiência mais internacional. A estratégia de ‘marca global’, no entanto, permite customização pontual do produto em certas situações.

Steve Odell

“No Japão, nós temos um itinerário personalizado para a Golden Week. Em um navio que tipicamente faz viagens em todo o globo, fazemos algo um pouco diferente para aquela semana”, disse o CEO. 

Com 95% do público formado por japoneses neste cruzeiro, a companhia procura tomar ações específicas para agradar o público local. “Nós mantemos a base da experiência Norwegian – isso é o que as pessoas estão comprando – mas temos mais itens japoneses a bordo, por exemplo. Tomamos ações para agradar a cultura local”, acrescentou Steve Odell, vice-presidente senior da Norwegian Cruise Line Holdings para a Ásia e Pacífico.

Cardápios em português e tripulantes brasileiros

Norwegian Sun contou com customização no Brasil

O mesmo ocorre com o público brasileiro. Com escritório no país desde 2015, a NCL busca levar os passageiros daqui para seus cruzeiros internacionais.

Estela Farina

De acordo com Estela Farina, a diretora geral da Norwegian Cruise Line Holdings no Brasil, o produto da Norwegian in natura já é ideal para o público brasileiros. “É perfeito já que nós não gostamos de programação fixa. Nós normalmente estamos atrasados para tudo e tiramos férias para nos divertir”, disse ela.

Com seu conceito Freestyle Cruising, a companhia não tem horários fixos para refeições, por exemplo, e tem foco maior no entretenimento. 

Questões como a língua, no entanto, podem ser um problema. É justamente aí que entra a customização. “Em cruzeiros que são mais populares no mercado brasileiro, nós temos cardápios em português e vários tripulantes brasileiros. Também podemos personalizar excursões em terra e até mesmo o freestyle daily, que é o jornal de atividades de bordo”, Estela explicou.

Por outro lado, se o passageiro busca um cruzeiro em que todos falam português, a NCL não deve ser sua escolha, acrescentou Stuart. “Há outras companhias que oferecem cruzeiros assim. Nós queremos oferecer opção de escolher uma experiência internacional para um passageiro internacional”, ele disse. 

Frank Medina

No restante da América Latina, a situação é similar. “Se você quer uma experiência local, você pode embarcar na Argentina, Colômbia ou Panamá. Nosso objetivo é ser a companhia de cruzeiros internacional de escolha, a principal opção para férias internacionais”, disse Franck Medina, vice-presidente e diretor geral da Norwegian Cruise Line Holdings para América Latina e Caribe. 

Assim como Estela, Medina acredita que a experiência da NCL é adequada ao seu público. “Os latino americanos não querem a sua comida local pois isso é o que eles comem todos os dias”, ele disse. “Eles querem a chance de explorar novas culinárias, por exemplo”, completou lembrando que um navio como o Joy, oferece cerca de 30 opções diferentes para as refeições. 

Destinos e preferências

Norwegian Jade estréia na Ásia em 2019

A Norwegian Cruise Line tem itinerários em todo o mundo, mas certos destinos atraem mais públicos específicos. “Pela proximidade, o Havaí é nosso principal destino recebendo muitos grupos da Austrália, Nova Zelândia e Japão”, disse Steve Odell. 

De acordo com ele, a Europa também é um destino bastante procurado pelos asiáticos. “Não há dúvidas que a Europa provavelmente será o maior destino em um futuro próximo”, completou. 

Dentro da estratégia de marca global, a NCL mudou sua atuação na Ásia. Recentemente a companhia extinguiu seus itinerários voltados ao mercado doméstico chinês, deslocando o Norwegian Joy para o Hemisfério Ocidental. O navio havia sido especialmente projetado para o mercado local. “Agora teremos o Norwegian Jewel com base em portos asiáticos, mas buscamos um mix de passageiros internacionais para esses cruzeiros”, explicou Odell. 

O Norwegian Jade e o Norwegian Spirit também irão navegar na região nos próximos anos. Os navios oferecem itinerários variados com embarque em Hong Kong, Japão e Singapura. 

Brasileiros escolhem o Caribe e a Europa

Brasileiro prefere o Caribe bem como o Mediterrâneo, onde navega o Norwegian Epic

Já os brasileiros preferem o Caribe, que é o principal destino vendido pela NCL no país. A Europa vem logo depois, em segundo lugar. “Agora os roteiros asiáticos estão virando tendência”, disse Estela Farina.

No restante da América Latina, o Caribe também é preferência. “Entretanto, nos últimos dois anos, temos visto crescimento na Europa”, disse Frank Medina.

De acordo com ele, a introdução de novos navios em destinos diferentes tem aumentado a procura por destinos mais variados. “Com o Getaway e o Breakaway no Norte da Europa, nós vimos as vendas do Báltico explodirem”, disse ele. O mesmo aconteceu com o Bliss no Alaska. “Nós latino-americanos não gostamos muito do clima frio, mas vimos as vendas no Alaska triplicarem depois da estréia do Bliss no Alaska”, explicou.

Os diretores internacionais da companhia

Texto e Imagens (©) Copyright Daniel Capella

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